A evolução das ameaças cibernéticas e o papel estratégico da proteção proativa

A discussão sobre os riscos associados à inteligência artificial na cibersegurança muitas vezes oscila entre o ceticismo e o alarme. No entanto, os dados mais recentes indicam que os perigos são concretos e vêm se intensificando. A aplicação de técnicas automatizadas, alimentadas por IA e executadas com alta sofisticação, vem redefinindo o cenário de ameaças para organizações de todos os portes.

Um cenário em transformação: ameaças mais inteligentes e ataques mais frequentes

Picus Red Report 2025 trouxe à tona uma mudança relevante no perfil dos ataques cibernéticos. Segundo o estudo, os incidentes envolvendo roubo de credenciais aumentaram de 8% para 25% em um ano. Isso representa uma mudança significativa na tática dos atacantes, que passaram a priorizar mecanismos como infostealers, automações baseadas em scripts e exploração de brechas em ambientes com baixa maturidade em segurança digital.

Adicionalmente, 93% dos ataques analisados utilizam táticas documentadas na matriz MITRE ATT&CK®, com destaque para a técnica T1059. Essa técnica executa comandos maliciosos aproveitando ferramentas legítimas do sistema operacional, como PowerShell e Windows Command Shell. A sofisticação está em explorar os próprios ativos da organização como vetor de ataque, dificultando a detecção por mecanismos tradicionais.

Em vez de agir por força bruta ou tentar invadir sistemas com malwares óbvios, os cibercriminosos adotam um perfil mais silencioso e persistente, capaz de se manter oculto por longos períodos até atingir seus objetivos. Esse tipo de abordagem exige das empresas não apenas medidas reativas, mas uma estratégia contínua de vigilância e mitigação.

Os limites da segurança tradicional

A maioria das estruturas corporativas de segurança ainda opera sob um modelo reativo. Nesse formato, as ações só são tomadas após a ocorrência de um incidente detectável. Esse atraso entre invasão e resposta pode custar caro, tanto em termos financeiros quanto de reputação.

Além disso, muitas empresas continuam dependendo exclusivamente de firewalls, antivírus e senhas para proteger seus ambientes, subestimando a complexidade das ameaças modernas. Sem visibilidade contínua, sem correlação de eventos e sem controle contextual de acesso, o ambiente permanece vulnerável, mesmo com investimentos aparentemente robustos em tecnologia.

Proteção proativa como modelo de defesa: o papel do MSSP

Nesse contexto, a atuação de um Managed Security Services Provider (MSSP) se torna estratégica. A função do MSSP não é apenas operar ferramentas de segurança, mas integrar inteligência, processos e tecnologia em um sistema coeso e preventivo de proteção digital.

A Qualiserve atua como MSSP apoiando organizações na transição do modelo tradicional para uma abordagem de segurança proativa e contínua. Isso envolve diversas frentes de atuação:

Monitoramento contínuo com SOC 24/7

A central de operações de segurança monitora eventos de forma ininterrupta, correlacionando sinais de anomalias, atividades suspeitas e tentativas de ataque com base em indicadores atualizados e inteligência de ameaças. Esse monitoramento permite respostas rápidas e orientadas a contexto.

Análise preditiva e correção de vulnerabilidades

Utilizando scanners e ferramentas de análise comportamental, é possível identificar falhas antes que sejam exploradas, reduzindo a superfície de ataque. A correção proativa evita que vulnerabilidades conhecidas evoluam para incidentes reais.

Implementação do modelo Zero Trust

O conceito de confiança zero se baseia na verificação contínua de identidade e no controle de acesso por contexto. Isso significa que, mesmo dentro da rede corporativa, os acessos são restritos por função, localização, dispositivo e comportamento, reduzindo o risco de movimentos laterais por atacantes internos ou externos.

Gestão de segurança em nuvem com CSPM

À medida que ambientes cloud se tornam o padrão, o uso de Cloud Security Posture Management (CSPM) ajuda a garantir conformidade, configuração correta de recursos e detecção de falhas em tempo real. A abordagem permite que os times de TI mantenham o controle sobre ambientes multicloud com mais segurança e agilidade.

Educação e maturidade digital

Parte essencial da estratégia de segurança envolve preparar as pessoas. Treinamentos regulares sobre phishing, gestão de senhas, uso seguro de plataformas e comportamento digital responsável ajudam a criar uma cultura de segurança organizacional. O fator humano continua sendo um dos principais vetores de risco, e a conscientização constante é um pilar de defesa. e inteligência global de ameaças. Essa leitura preditiva permite agir antes que os ataques se consolidem.

Pontos a serem avaliados

A transformação do cenário de ameaças exige um novo posicionamento por parte das lideranças corporativas. Segurança não pode mais ser vista como um projeto isolado ou uma barreira tecnológica. Ela deve ser incorporada à estratégia da empresa como um sistema vivo, em constante aprimoramento.

A atuação de parceiros especializados em segurança gerenciada torna possível antecipar riscos, mitigar falhas e responder de forma coordenada a eventos críticos. Em tempos de ataques cada vez mais silenciosos e sofisticados, o investimento em proteção proativa é não apenas necessário, mas urgente.

Empresas que desejam operar com resiliência digital e manter a confiança de seus clientes e stakeholders precisam adotar uma visão ampla de cibersegurança. E essa visão começa com informação, estrutura e um plano que vá além da reação.

Facebook
Pinterest
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *